sexta-feira, 15 de abril de 2011

Afinal Portugal paga.

A maturidade da emissão de uma dívida de 2005 terminou hoje e o país teve capacidade financeira para assegurar o pagamento aos investidores. Analista do Banco Carregosa acredita que este foi o último reembolso pago na totalidade por recursos próprios.
Portugal pagou a totalidade do reembolso da dívida, cujo valor tinha hoje de devolver aos investidores. No entanto, esta deverá ser a última dívida paga com recurso a capital próprio.

A dívida hoje vencida tinha sido emitida a 16 de Novembro de 2005, num total de 3 mil milhões de euros, com uma “yield” de 3,3%.

Posteriormente, o valor foi aumentando (o Estado emitiu mais dívida dentro deste conjunto de dívida) mas também recomprado (o Estado comprou antecipadamente a dívida emitida neste ano aos investidores). No final, a dívida era de cerca de 4,3 mil milhões de euros, acrescentados de 139 milhões de euros em juros.

De acordo com Filipe Silva, gestor de dívida do Banco Carregosa, a sua expectativa era que a dívida fosse liquidada já que ontem foi anunciado pelo IGCP “um novo leilão de dívida de curto prazo (BT, a 3 e 6 meses) para a próxima quarta-feira, dia 20, para um montante de 750 milhões de euros e 1 mil milhão”.

“Acredito que esta vai ser a última dívida paga com recursos próprios. A próxima emissão, que vence a 15 de Junho, já deverá ser paga com a ajuda externa”, refere Filipe Silva.

No entanto, as condições para o auxílio financeiro por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE) ainda não estão definidas, estando-se à espera de um acordo político entre os vários partidos políticos para se chegar a um compromisso interno que dê garantias à ajuda externa. 

FMI vai ficar 10 anos, Estamos tramados.

Ricardo Cabral vem há pelo menos um ano a defender que é inevitável que Portugal opte por uma reestruturação da sua dívida, pública e privada. Devê-lo-ia até ter feito antes de recorrer ao plano de ajuda da UE e FMI.
O professor da Universidade da Madeira, doutorado em economia industrial, tem no último ano dedicado especial atenção à sustentabilidade do endividamento publico e privado Português. Concedeu esta entrevista ao Negócios por e-mail na quinta-feira.

Mesmo recorrendo ao FEEF e FMI, uma reestruturação da dívida (privada e pública) portuguesa é inevitável a médio prazo?

Na prática é inevitável. Só não o seria se o pagamento de parte da mesma fosse assumido pela UE. Isto porque o nível de endividamento externo líquido é muito elevado relativamente à dimensão da economia. Essa dívida cresce a taxas mais elevadas que a economia e só pode ser paga com receitas de exportações. Os nossos desequilíbrios externos são substancialmente piores do que os daArgentina em 2001, ano em que esta entrou em incumprimento. Os precedentes históricos sugerem que essa dívida é tão elevada que não será integralmente paga, i.e., terá de ser reestruturada.

As questões que agora se colocam são quanto tempo terá de decorrer para que se reconheça esse facto e quais os custos para o país dos programas de ajustamento que serão entretanto tentados.

Uma reestruturação/reescalonamento da dívida é desejável do ponto de vista de crescimento económico a prazo? 

Entendo que sim e que é desejável que se faça o mais cedo possível. Só que é necessário negociar previamente com os credores e com os nossos parceiros europeus e implementar a legislação e instrumentos de forma a assegurar que os efeitos negativos da reestruturação na economia sejam minimizados. Após o choque inicial da reestruturação, que deverá provocar uma curta mas abrupta recessão, haverá como que uma lufada de ar fresco na economia.

A economia nacional passará a registar taxas de crescimento económico significativas, crescimento do emprego, défices orçamentais muito mais reduzidos e, pelo lado negativo, aumento da inflação. A Argentina, registou recessão abrupta em 2002, mas entre 2003 e 2010 cresceu a uma taxa real média de 7,6% ao ano. A Argentina implementou vários programas inovadores para lidar com a crise que deveriam ser analisados em detalhe.

Porquê que uma reestruturação/reescalonamento da dívida é desejável do ponto de vista de crescimento económico a prazo?

Por três motivos. Em primeiro lugar, os juros que pagamos ao exterior sobre essa dívida (4,6% do PIB em 2010, aproximadamente equivalente às importações de energia, tendência crescente) são subtraídos ao rendimento disponível nacional provocando uma redução de actividade económica doméstica. Em segundo lugar, após essa reestruturação de dívida, o país terá muito mais dificuldade em financiar importações e, em resultado, o défice comercial cairá abruptamente (quem vende a Portugal não estará disposto a vender se o país não for capaz de pagar).

Finalmente, o aumento do desemprego que resulta do sobre-endividamento – que se verifica já em Portugal desde o inicio da última década – tem como consequência um aumento substancial da emigração e um desperdício de capital humano. Desses efeitos resultam reduções da procura e do PIB e, no futuro, uma redução da taxa de crescimento potencial da economia.

Claro que o processo de ajuste externo tem de ser bem planeado, com ponderação das alternativas e participação dos principais intervenientes internos, de forma a criar os instrumentos necessários para gerir o processo e, sobretudo, para negociar um acordo com a UE, BCE, FMI e outros credores.

Faz sentido pensar numa reestruturação como uma forma de melhor repartir o esforço do ajustamento entre credores e contribuintes?

Exactamente. Os credores exerceram o seu livre arbítrio ao optarem por emprestar ao estado e a empresas portuguesas. Assumiram um risco ao fazê-lo e, por isso, deverão assumir parte dos custos da reestruturação, se o país não tiver capacidade de pagar a sua dívida externa na totalidade.

As taxas de juro que foram exigidas à Grécia e à Irlanda são demasiado elevadas? Contribuem elas próprias para um “default”?

As taxas de juro são demasiado elevadas pela seguinte razão: Portugal, Grécia, Irlanda, Espanha, e vários países da Europa de Leste têm dívida externa demasiado elevada.

A dívida externa dos países supracitados é muito elevada em relação ao PIB. As taxas de juro elevadas exigidas no pacote de ajuda da UE/FMI fazem essa dívida externa crescer a uma taxa muito superior à taxa de crescimento da economia.

Dívida externa é diferente de dívida doméstica, como aliás referia Adam Smith na sua “Riqueza das Nações” de 1776. O país não fica mais pobre ao pagar juros se a dívida for doméstica, dado que a despesa com juros de uns (e.g. Estado) constitui rendimento de residentes, que é poupado ou gasto em larga medida no próprio país. Contudo, se essa dívida for externa, o pagamento de juros empobrece o país.

Uma frase erroneamente atribuída a Einstein diz que o juro composto é a força mais poderosa do universo. É talvez um exagero, mas tem algum fundamento: juro composto resulta em crescimento exponencial.

Portugal pode e deve usar o cenário da reestruturação como mecanismo de negociação da taxa de juro?

Portugal fez um pedido formal de ajuda à UE e ao FMI. As condições da ajuda são ditadas pela UE/FMI e a posição dominante nestas instituições, em particular do BCE, não favorece esse cenário (O BCE enfrenta conflito de interesses por ser um dos principais credores de Portugal, Grécia e Irlanda).

Contudo, embora realisticamente pense que a opção reestruturação está fora da “mesa das negociações” dado o pedido formal de ajuda que foi feito, continuo a pensar que os líderes políticos nacionais deviam considerar essa alternativa para procurar negociar o melhor acordo possível para o país (taxa de juro, prazos e outros aspectos importantes do pacote de ajuda).

Enquanto decorrem essas negociações, existem ainda alguns instrumentos financeiros a que o país pode recorrer para responder às dificuldades de financiamento e cumprir com as obrigações financeiras nacionais no curto prazo. É necessário negociar o acordo de ajuda com muito rigor. Esse rigor exige tempo para a análise detalhada das consequências do programa de ajustamento e das condições do pacote de ajuda.

Vale a pena relembrar aqui uma frase atribuída a Keynes: “Se deve 100 libras ao banco, você têm um problema. Se deve um milhão de libras, o banco tem um problema”. Portugal tem uma dívida externa líquida (pública mais privada) de cerca de 150 mil milhões de euros (excluindo dívida associada a Investimento Directo Estrangeiro). Portugal deve ter presente que os seus credores também têm um problema. 

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Dançar Kuduro- ft. Lucenzo, Don Omar.

VEM DANCAR KUDURO-LUCENZO feat BIG ALI

Fiat Coupe Turbo

Fiat Coupe

Citroen Survolt 2010

Kizomba - Neusa - Moço Bandido

Kizomba - Celia - Payapa

Kizomba - MARCIA - SAY ULL BE MINE

Kizomba - TINA LY et ALI ANGEL-ON LINE-2009

Kaysha - Abege I Like Feat

kizomba - Milca - Si tu l'aimes

Kizomba - Phillip Monteiro

Kuduro - DELSY & KAPPA FT L.B, YOUNG ZEE - BOM MAMBO.mp4

Kizomba - Konde - Não Quero Nada.mp4

Semba - Rei Helder - Proprio Mangolé 2009.mp4

Semba - Rei Helder ft Master Jake -Miuda.

Roberto Carlos - Eu Te Darei o Céu

Roberto Carlos - Namoradinha de un amigo meu

Kizomba - Tina Ly - GRAZY FELLiNG ZOUK 2009 .mp4

Kizomba - Tina Ly - GRAZY FELLiNG ZOUK 2009 .mp4

Fiat Coupe.wmv

Yuri da Cunha - Zig Zig parte 1.

Semba - Dog Murras - Vídeos mp4

kizomba - Milca - Si tu l'aimes

Finanças que temos...

O Portugal que temos,

Esta situação passa-se comigo.
Eu em 2002 foi para Londres trabalhar.
 Na altura trabalhava na OGMA, como nessa altura a empresa estava em dificuldades fiquei sem trabalho, e lá foi para Londres trabalhar, lá arranjei trabalho como mecânico, três meses depois estava efectivo, como tinha a casa cá em Portugal tinha de declara na caixa Geral de depósitos a prova anual de rendimentos de 2004, foi lá e apresentei o P60 que e o IRS de Inglaterra.
Não aceitaram, mandaram-me ir as finanças…
Foi as finanças perguntar o que poderia fazer…
O empregado falou para meter o anexo J, eu perguntei se não ia ter mais descontos, porque já os tinha feito em Londres,  e se tivesse de fazer ainda mas descontos sobre aqueles que já tinha feito, eu não metia nada, preferia que o bonificado acaba-se.
O empregado falou que não se já tinha feito descontos em Inglaterra não teria de fazer mais descontos em Portugal.
Nem tiveram em conta as despesas e encargos de habitação...
Preenche o tal anexo J…
Foi para Inglaterra, em 2005 apareceu uma nota de liquidação do IRS no valor de 8.531,37  EUR para pagar…
Mais como acho que não tenho nada apagar, vim a Portugal varias vezes resolver, entre 2005 a 2009 vim a Portugal mais de 15 vezes resolver esta situação em que nada tenho a ver, porque foi uma ma informação do empregado, em 2009 resolvi meter as finanças em tribunal, mesmo assim até hoje nada esta resolvido, de 8 .531,37 EURO baixaram agora para 3.856,68 EURO e cortaram o IMI de 2006, 2007, 2008,2009...

Por isso a minha revolta em relação os procedimentos do estado, isto tem de mudar todo , o sistema das finanças, que e uma  base fundamental do desenvolvimento de uma nação, assim não vamos lá…
È uma pena.


Danilo Neves

A crise vista de lá de fora...


Reino Unido
O assunto domina a página principal da edição europeia online do Financial Times (FT), que ao lado da bandeira portuguesa titula "Crise em Portugal ameaça provocar eleições antecipadas", com a "oposição a recusar apoiar medidas para evitar o resgate".
Uma crise política, refere o FT, "poderia levar a eleições antecipadas e a um resgate financeiro internacional" de Portugal e "ameaça dominar a cimeira europeia", na qual se esperava uma solução para resolver a crise de dívida.
Para sustentar este argumento, o FT refere-se aos níveis recorde dos juros da dívida soberana e ao nervosismo do mercado apesar das medidas de austeridade anunciadas pelo Governo de Lisboa.
Numa notícia "colorida" com uma foto da manifestação "da geração à rasca", o diário inglês The Guardian considera que Portugal está a encaminhar-se para "um inevitável resgate dos seus parceiros da UE".
O eventual cenário de eleições antecipadas, considera, poderá "forçar o país no caminho para um resgate, que já foi percorrido pela Grécia, na primavera do ano passado, e pela Irlanda, no final do ano passado".
"Portugal tem resistido a pedir um resgate mas economistas e especialistas do mercado acreditam que a sua batalha pode estar a terminar", escreve, citando economistas que dão conta do elevado custo da dívida.
"Parece ser já uma questão de quando e não de 'se'", acrescenta o Guardian, citando uma economista.
EUA
O New York Times (NYT) também considera que "o pacote de austeridade provoca impasse em Portugal", com o Governo "a lutar pela sobrevivência".
Enquanto a crise política se resolve, sublinha o jornal, "os investidores deverão aumentar a sua pressão sobre Portugal para que solicite fundos de emergência".
Ainda assim, o NYT recorda que o novo pacote de medidas é o "quarto proposto pelo Governo no último ano" e que "a credibilidade do Governo foi ainda mais enfraquecida devido às previsões económicas" de Portugal.
"Cortes nos gastos ameaçam também provocar maior tensão social no País", acrescenta.
Espanha
O jornal económico Expansión é um dos que dedicam mais atenção à situação política portuguesa, considerando que hoje é "o dia D para um possível resgate" económico, com os "focos do mercado postos" em Portugal.
O jornal refere que o Parlamento vota hoje "um plano de austeridade, mas se o Governo, em minoria, não o conseguir aprovar pode representar a faísca que acenda os planos de resgate".
Esse cenário de resgate poderia ser ainda reforçado, segundo o jornal, pela eventualidade dos mercados reagirem a decisões aquém do esperado durante a cimeira europeia desta semana.
Num outro artigo, o mesmo jornal refere que Portugal vive "horas decisivas" na "batalha contra os mercados para fugir ao temido resgate".
Também o jornal Cinco Dias comenta os acontecimentos de hoje, referindo que "Sócrates liga o seu futuro ao apoio da oposição aos ajustes" e que a crise política "resultará num aumento da pressão sobre a dívida portuguesa e numa aceleração de um possível resgate".
Esta tónica mantém-se na cobertura dos generalistas como o ABC, que considera que "cada dia se complica mais a situação económica e política de Portugal", com "a crise política a empurrar Portugal para a intervenção".
Por seu lado, o el Pais, na primeira página, titula "Risco de um bloqueio político agrava crise económica em Portugal", com o país "a entrar no período de descontos" e o mercado a ter já "ditado a sua sentença elevando as taxas de juro acima dos 8 por cento".
Este diário abre o seu caderno de economia com Lisboa, considerando que a situação política "ameaça levar Portugal ao resgate".
O El Mundo também se refere à possibilidade de um resgate caso a crise política se concretize com a rejeição do PEC.
Na sua edição online, a RTVE também destaca a situação em Portugal, afirmando que a crise política "ameaça o novo plano de austeridade" e que a recusa desse plano "poderia provocar a demissão do primeiro-ministro".
A página da televisão e rádio públicas recorda que este é o quarto PEC e também considera que se não for aprovado poderá "reacender o debate sobre o resgate".
Também as agências dedicam espaço ao tema, com a Europa Press, a considerar que "Sócrates liga a sua sobrevivência política à aprovação do novo plano de ajuste".




Crise que nos apoquenta...


O sociólogo afirmou que a demissão do Governo foi um "golpe" do primeiro-ministro para provocar eleições, vitimizar-se e que aumenta as dificuldades para Portugal se financiar nos mercados.
"Estamos a pedir em más condições, depois de um golpe de Sócrates que provocou eleições para tentar continuar no deslize e no agravamento em que estávamos", afirmou Barreto, que preside à Fundação Francisco Manuel dos Santos, em declarações à agência Lusa, à margem do lançamento do livro de Vítor Bento, "Economia, Moral e Política".
António Barreto acrescentou ainda que o momento actual do país "corresponde à ideia do primeiro-ministro, de provocar uma crise na qual ele possa, eventualmente, passar por vítima".
O presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos acusou ainda José Sócrates de "caluniar" as entidades internacionais "a quem pede ajuda" e de "caluniar os credores" depois de pedir empréstimos. "Esta duplicidade é um péssimo sinal para o exterior", acrescentou, referindo que se Portugal tivesse pedido ajuda externa há mais de um ano, teria estado em melhores condições para o fazer, e em melhores condições para cumprir eventuais programas de reformas económicas.